quinta-feira, 27 de maio de 2010


A menina-cacto está sensivel e de lágrima fácil. Jura que chorou litros de lágrimas à procura da porção secreta, de alguma coisa que lhe amaciasse a alma. Está à janela desde manhã, depois de ter ouvido insultos, analisado o horário laboral pormonorizadamente, ouvido pianos que a façam chorar e comprado outra amigo cacto para passar o dia consigo. Está à janela até o sol se pôr, porque sabe que ainda vai haver alguma coisa para mudar o dia descordenado que está a ter.

2 comentários:

  1. "A menina-cacto..."

    De tudo o que escreveste desde aqui até a outra casa, nada me disse tanto...

    Beijo carinhoso,
    Nina.


    "Quem sou eu, neste ergástulo das vidas
    Danadamente, a soluçar de dor?!
    – Trinta trilhões de células vencidas,
    Nutrindo uma efeméride interior."

    Augusto dos Anjos, in Eu e Outras Poesias.

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  2. Que bonito, Nina*
    É mesmo o que estou a precisar, de uma "efeméride interior" para acariciar a alma.

    Beijo,
    Vanessa

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