quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
VESTIDO VERMELHO
Perdi-te na partitura de Debussy,
enquanto colhias as papoilas selvagens
enquanto colhias as papoilas selvagens
naquela noite de Julho agreste.
Os teus cabelos ardiam,
eram mato a queimar-me o rosto,
O teu corpo era a tocha
O teu corpo era a tocha
que suportava o fogo
E guardava as minhas mãos duras
E guardava as minhas mãos duras
da rigidez de um Janeiro tempestuoso.
Queimei os lábios no prelúdio
da tua melodia, pouco antes de te perder.
da tua melodia, pouco antes de te perder.
Tentei, ainda, guardar a lava
do teu olhar,
enquanto corrias pelo esquecimento,
abanando o vestido por queimar.
Mas as gavetas onde guardo os vulcões
estavam ocupadas
com cinzas dos poemas, que me ardem nos olhos,
quando na alma já não cabem.
com cinzas dos poemas, que me ardem nos olhos,
quando na alma já não cabem.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
A sexta-feira aproxima-se numa santidade imensa e efémera. O corte profundo do trabalho afincado, deixa-me num estado de profunda lentidão. Entre o meu cérebro e a minha alma, estão as árvores impiedosamente despidas. Gosto de apreciá-las em dias de fragmentado descanso.
Deixo-me deambular por entre os troncos femininos, e fico a olhá-las em contraluz, a pensar que folhas darão na primavera.
E continuam despidas à minha frente, pouco púdicas e invernosas, as árvores. Num simetrismo puro, começam-me a envolver numa instrumental melodia sobre os ramos. Nada me daria mais prazer que ficar a ver-vos, irmãs árvores, a dançarem sobre vós mesmas, enquanto deambulo entre a vossa nudez corporal e a minha rigidez de pensamento.
E sol de inverno, arrepia-me sempre, com a sua beleza inspiradora.
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