sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A sexta-feira aproxima-se numa santidade imensa e efémera. O corte profundo do trabalho afincado, deixa-me num estado de profunda lentidão. Entre o meu cérebro e a minha alma, estão as árvores impiedosamente despidas. Gosto de apreciá-las em dias de fragmentado descanso.
Deixo-me deambular por entre os troncos femininos, e fico a olhá-las em contraluz, a pensar que folhas darão na primavera.
E continuam despidas à minha frente, pouco púdicas e invernosas, as árvores. Num simetrismo puro, começam-me a envolver numa instrumental melodia sobre os ramos. Nada me daria mais prazer que ficar a ver-vos, irmãs árvores, a dançarem sobre vós mesmas, enquanto deambulo entre a vossa nudez corporal e a minha rigidez de pensamento.
E sol de inverno, arrepia-me sempre, com a sua beleza inspiradora.

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