sexta-feira, 30 de julho de 2010


A Menina-Cacto à conta do seu feitio, ficou sozinha em pleno deserto.


Vale-lhe a água que reteve no seu corpo durante os anos em que não chorou. E tem para ela uma imensidão de areia à frente, sem que para isso seja preciso pôr os óculos, pois ninguém a virá visitar nem regar o seu sólido caule.

A MENINA-Cacto retem num só corpo as memórias de outrora, um coração feito de gengibre e os picos que teimam em ficar mais fortes e que a mantêm isolada.

domingo, 25 de julho de 2010


não é preciso viajar até muito longe,
basta-me ir e fluir por entre milhões de particulas
do meu próprio ser e da minha própria descendência celular.

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faltam quarenta e oito horas

quinta-feira, 8 de julho de 2010


apetece-me um monólogo de Al Berto, um foco de luz intenso circular, um palco de tábuas corridas e uma cortina vermelha de veludo atrás.

sábado, 3 de julho de 2010

a ivone

Quando era pequena quis ser locutora de rádio, ficava horas a gravar programas inventados num pequeno rádio que o Sr.António João me oferecera pelos meus seis anos. Nessa mesma idade quis ser "Ivone Silva" e representar para o público do parque mayer e para os telespectadores da rádio televisão portuguesa. Quis ser Ivone, para ter esta genialidade em palco, esta "graça" e este encanto que só ela teve.