quarta-feira, 23 de maio de 2012
sábado, 5 de maio de 2012
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Noite de Natal (para quem está longe demais)
F.
Hoje o meu choro prende-se no mar, no barco em que partiste na marinha imaginária do meu idílico infantil e nunca mais voltaste. Espero-te por todas as épocas festivas em que renunciei o teu amor. Não por ti, mas por Ela. Sempre me incomodou, mas cuido dela como uma flor. Prometo-te. Desculpa, as palavras hoje não fluem, estão afogadas na garganta presa dos meus olhos molhados. Por ti.
Alice Vieira
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
de Tomas Tranströmer
(nobel da literatura 2011)
Uma árvore anda de aqui para ali sob a chuva,
com pressa, ante nós, derramando-se na cinza.
Leva um recado. Da chuva arranca vida
como um melro ante um jardim de fruta.
Quando a chuva cessa, detém-se a árvore.
Vislumbramo-la direita, quieta em noites claras,
à espera, como nós, do instante
em que flocos de neve floresçam no espaço.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
O meu pecado de pensar, Clarisse!
terça-feira, 13 de setembro de 2011
em minha flor-de-cacto
suspensa num arco de viela.
É o mesmo Outono que outrora,
vendeu as minhas vestes negras
do velório, para o corpo dela
Que se despolete a guerra,
se abram as infâmias e as injúrias
às amigas sazonais da traição.
Vós, a quem as espadas apontam,
Sob a ordem desta fiel escudeiro,
Pobre viúva afortunada
Dos líricos romances de invenção
Poisa colibri,
teu canto na minha estrada.
Sereis vós que terdes de defender
A alma mais nobre desta
Mui vil pecadora, ave amada.
Escutai-me,
Que a minha guerra só começa,
Onde a minha depressão acaba.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Chamas a envolverem-nos na varanda,
Por todo o quarto, espirítos passados
queimam a memória, ardem sentidos.
Não tinha que ser contigo,
o sabor a frutos do bosque
e o calor nocturno do sul,
ameaçava beijar-me o corpo.
Não tinha que ser contigo, repito.
A tua jovialidade é demais para
a ideia que tenho sobre a paz,
o teu corpo é genuinamente puro
para a obscenidade que desenho
numa parte incerta das tuas costas.
Não és nada daquilo que sou,
e o quem eu sou, não sabes.
Mas deixa-te envolver nos meus braços,
o amor descrito nos livros que leio
não é nada comparado
com erotismo da nossa respiração conjunta.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
sexta-feira, 20 de maio de 2011
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Entre a escolha dos melhores morangos e das tangerinas mais doces encontrei Eduardo Gageiro (o melhor fotografo português), falou-me de imagem, do amor à fotografia, do seu passado e de literatura, da forma como aprendeu a organizar um livro com o José Cardoso Pires...porque no fim tudo tem que acabar bem, quando estamos bem.
(primeiro dia sem carne: folhado de soja com rabanete desfiado em molho de vinagre de ameixa e courgette com gomásio, mangericão e cebolinho fresco)
sábado, 16 de abril de 2011
Guardo o teu batôn na ponta da navalha
com que te jurei amor eterno.
E o fósforo aceso
pronto para te dar lume
no caso de nos faltar o oxigénio.
Espero por ti no Principe Real,
no penúltimo banco do jardim.
Dizem que há noite é perigoso.
Mas amar-te foi um risco
e nunca ninguém me alertou
para o risco de incêndio no corpo
e roubo casual eterno.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
quinta-feira, 24 de março de 2011
domingo, 13 de março de 2011
segunda-feira, 7 de março de 2011
sexta-feira, 4 de março de 2011
terça-feira, 1 de março de 2011
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
enquanto colhias as papoilas selvagens
O teu corpo era a tocha
E guardava as minhas mãos duras
da tua melodia, pouco antes de te perder.
com cinzas dos poemas, que me ardem nos olhos,
quando na alma já não cabem.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
domingo, 23 de janeiro de 2011
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Entre ontem e hoje: ouviu ler as cartas de tarot, tomou consciência do que se passava na sua vida e tudo ficou mais claro, fizeram-lhe uma massagem de corpo inteiro, introduziram-lhe os simbolos de reiki, a bolha violeta e a bolha dourada, fez uma drenagem linfática e jura a pés juntos que nunca se sentiu tão completa e zen.
sábado, 15 de janeiro de 2011
.Maria do Rosário Pedreira.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
[ à parte ]
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Lembras-te quando fomos beber chá branco e roibos àquele café ao pé do Trindade?Estavamos à procura de algo que nos aquecesse o corpo gelado e molhado pela chuva. Lembro-me que foi dos encontros mais importantes, falámos do que mais nos atormentava, como sempre, e de como descubrimos um caminho novo por entre as ervas daninhas que teimavam em fechar o nosso caminho. Disse-te que nunca ia sair do meu país, pecisava das pessoas que cá estavam, do amor que tinham para me dar todos os dias, do carinho e da vivacidade depressiva lisboeta. Precisava de a ter ao meu lado. Ela podia ser minha quando bebiamos muito. E isso bastava-me e alimentava-me.
Hoje já nada do que tenho me basta para me prender ao meu país, à minha cidade, ao meu rio.
E se o cosmos congitar a meu favor, irei...sem questionar o mundo, sem questionar o amor elouquente de março.
Não chores quando eu partir,
H.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Aqueço o forno a 180º e deito lá para dentro todos os pensamentos. Se ebolir, talvez anule um por um.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
domingo, 19 de dezembro de 2010
e quando se lembrava do dia em que vinho suportou o amor maior que teve na vida, afagava o rosto na neve e gelava as lágrimas junto à terra.
dizem que o pequeno estilhaço de cristal do coração que ainda tem espalhado pelo corpo, se transforma todas as noites na Primavera que viveu.
durante o dia, jura pelo sagrado, que o coração está intacto e que não há lembrança que o destrua.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Era a intelectual, mesmo sem usar os óculos de massa que hoje suporto na cara. Era a intelectual que via o Acontece com o Carlos Pinto Coelho na emissão da televisão pública portuguesa. Reclamava com o meu pai, porque não suportava ter que ver aquilo. Nunca ninguém ia falar com uma miúda que via o Acontece todas as noites. Era o cúmulo do intelectualismo de alguém de 10 anos. Ouvia o Acontece, sem querer, enquanto rogava pragas à televisão.
Mais tarde tudo fez mais sentido, o "assim acontece" do Carlos Pinto Coelho, começou a alimentar os meus trabalhos para a escola e via resultados nessa visualização.
Ontem, enquanto lia a noticia da morte de Carlos Pinto Coelho, saúdei-o à noite. Trouxe-nos a Rua Sésamo, que me ensinou as letras, o Acontece, que me ensinou a ler com o coração e queria-nos trazer uma nova televisão...mais cultural e menos popular.
E assim acontece... para sempre.