sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Noite de Natal (para quem está longe demais)


H.
Não, desta vez não te escrevo sob a forma de um poema. A métrica gastou-se na voz de te esperar. Hoje, espero-te à mesa, calada, onde passarás a mão pelo meu cabelo antes de te sentares ao meu lado. A tua ausência ainda dói e já perdi a conta aos dias em que te não tenho. Sei que são demasiados e que ao mesmo tempo são os suficientes para te encontrar perdido nos objectos guardados sob a forma do teu nome.




F.
Hoje o meu choro prende-se no mar, no barco em que partiste na marinha imaginária do meu idílico infantil e nunca mais voltaste. Espero-te por todas as épocas festivas em que renunciei o teu amor. Não por ti, mas por Ela. Sempre me incomodou, mas cuido dela como uma flor. Prometo-te. Desculpa, as palavras hoje não fluem, estão afogadas na garganta presa dos meus olhos molhados. Por ti.

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