sábado, 7 de agosto de 2010

Não são precisas fotografias para ilustrar este texto. Qualquer coisa que saía directamente de um intimo que não conhecemos, transcende qualquer pictograma, qualquer frame que possa eventualmente representar um conjunto de palavras.
Falo da tia Natália, com o mesmo brilho nos olhos com que falo da avó virginia ou da mãe são. É uma das mulheres da minha familia que mais amor me deu. Falo dela porque ela sempre quis ser a minha madrinha de papel passado e nunca o foi. Tem na mesa de entrada uma grande fotografia minha, com os meus canudos e com o vestido cinzento da infância. Têm-me lá com o amor todo do mundo, apesar de só me ver de "longe a longe". A minha tia Natália, vai ao cabeleireiro todos os sábados de manhã e ao domingo vai à missa rezar a Deus. Planta alóe vera numa casa-quintal que tem ao fundo da rua. Falo dela, porque ela ensinou a minha mãe a conjugar as roupas por cores e deu-lhe em amor, uma herança de carinho.
A tia Natália apareceu no meu sonho e no dia a seguir teve que ir a correr para o hospital.
Hoje, conta as horas para morrer. Entre os telefonemas de despedida e as palavras que teimam em se arrastar numa medicação anti-dor, devem de existir conversar divinas de domingo de manhã...
Promete que nos guias*

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